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Núcleo Museológico

Núcleo Museológico

Em todo o espaço da galeria do Casino está disponível o Núcleo Museológico da Sociedade da Água de Luso, constituído pela história da Água Mineral Natural de Luso, da história da água de nascente do Cruzeiro, das Termas de Luso e do Grande Hotel de Luso, que integravam a antiga Sociedade da Água de Luso e, atualmente, Sociedade Central de Cervejas e Bebidas.

Neste acervo museológico, podemos observar peças emblemáticas da história da Empresa, representando um património histórico e cultural da época.

 

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Água de Luso

A Água de Luso, tem a sua origem na Serra do Bussaco e é um recurso de exceção. Tem origem na infiltração da água da chuva nas rochas. O percurso subterrâneo é muito longo e lento na Água de Luso e dura cerca de 1000 anos a centenas de metros de profundidade. Isto faz com que tenha uma pureza original e por isso é isento de qualquer tratamento químico.

A Água de Luso foi primeiramente reconhecida pelas suas propriedades termais à emergência, devido à sua temperatura de 28º e CO2, sendo a 25 de Agosto de 1852 fundada a Sociedade para o Melhoramento dos Banhos de Luso.

Em 1894, o Dr. Manuel Bento de Sousa, primeiro médico a reconhecer que a Água Termal de Luso é também uma “excelente água de mesa”. “(...) Enfim, a agua thermal de Luso tem, para uso interno, largo e prospero futuro, porque é excelente”.

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Este facto deve-se às características da Água de Luso, que após a sua captação, armazenamento e processo de engarrafamento, as propriedades termais da água se dissiparem e, por isso, pode ser consumida por todos, sem restrições.

Ainda no ano de 1894, surge o primeiro engarrafamento da Água de Luso, junto às Termas de Luso, no centro da Vila, passando a empresa a designar-se por Sociedade da Água de Luso, SARL.

Em 1903, o notável químico francês Charles Lepierre realizou uma análise bacteriológica à Água de Luso, classificando-a de “Puríssima” ou "Água Muitíssimo Pura".   Charles Lepierre ( 1867-1945)  foi um químico francês que desenvolveu a quase totalidade da sua atividade cientifica e profissional ao serviço de Portugal.

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Água do Cruzeiro

No campo industrial, os anos cinquenta iniciaram-se sob o signo da expansão: a Sociedade da Água de Luso, S.A. compra a fábrica de Refrigerantes Cruzeiro e a Quinta do Cruzeiro situada na localidade da Vacariça.

A decisão que leva os dirigentes da Sociedade da Água de Luso a comprar a Quinta do Cruzeiro e respetivamente a sua água e os seus refrigerantes, compreendiam dois objetivos bem diversificados: apostar na área dos refrigerantes e dar resposta ao mercado no período da época alta, por ser uma água de nascente. O consumo de refrigerantes era um costume e uma tradição bem patente nas famílias bairradinas (tinham uma marca vizinha de sucesso - refrigerantes Buçaco), para além de que, a própria Sociedade da Água de Luso, já tinha tido a experiência em alguns anos antes (1916) de possuir refrigerantes feitos com Água de Luso.

A água do Cruzeiro é uma água de nascente, com cerca de 212mg/l de mineralização total, rica em magnésio, cálcio e bicarbonato. É captada num aquífero no declive da Serra do Buçaco a cerca de 120m de altitude e a 5 Km da vila de Luso.

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Sociedade Água de Luso

O 1º registo de venda de Água Termal de Luso, verificou-se em 1894.

Vende-se Água Termal de Luso em garrafas de 1Litro de vidro e garrafões de vidro empalhados de 10L e 20 Litros.

Neste mesmo ano foi concedido à Sociedade, o Alvará de Concessão nº 112 de 17 de maio de 1894, para a exploração e comercialização das Águas Termais de Luso.

De modo a adequar a estrutura e os objetivos da empresa à comercialização de Água de Luso a nível nacional, foram aprovados e publicados os novos estatutos, no Diário do Governo de 22 de Dezembro de 1916, alterando-se a designação social de “Sociedade para o Melhoramento dos banhos de Luso”, para a Sociedade da Água de Luso, SARL.

Em 1970, a Sociedade Central de Cervejas, SA, entrou no capital da empresa, tornando-se acionista maioritária e, em 1971, esta Sociedade passou a ser a única distribuidora dos produtos da empresa a nível nacional. A partir desta data as vendas da  Água de Luso, ganharam uma dimensão nacional e internacional, atingindo uma notoriedade e visibilidade única, que levaram a Marca a ser líder de mercado.

Em 2021 a Sociedade da Água de Luso, foi incorporada por fusão na Sociedade Central de Cervejas e Bebidas.

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160 anos da Água de Luso

Esta é uma exposição permanente, que pode ser visitada na sala dos 160 anos da Água de Luso do Casino. Com esta exposição a Fundação Luso pretende dar a conhecer aos seus visitantes o legado histórico da Sociedade da Água de Luso.

Nesta sala pode ainda observar a evolução das embalagens da Água de Luso, desde a sua origem até aos dias de hoje, as suas inovações ao nível da marca, bem como os Prémios/Troféus atribuídos.

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Galeria dos Fundadores

Nesta galeria é uma homenagem a todos os fundadores e notáveis que contribuíram para o crescimento da Empresa. Além dos três fundadores que deram origem ao nascimento da Sociedade água de Luso, na época Sociedade para o Melhoramento dos Banhos de Luso: António Augusto da Costa Simões, Francisco António Diniz e Alexandre Assis Leão, encontramos também Emygdio Júlio Navarro – Ministro das Obras Públicas, 1986, que desempenhou uma ação fundamental na promoção turística do Luso e do Buçaco.

Apesar de não estarem representados na Galeria, são ainda reconhecidas mais duas personalidade importantes por parte da Fundação Luso na história desta empresa:  

  • Fernando Baeta Bissaya Barreto Rosa – que esteve mais de 40 anos ligado à Sociedade Água de Luso, tendo sido Diretor Clínico das Termas de Luso (1929-1930) e Presidente do Conselho de Administração (1930-1959)
  • Messias Ferreira Baptista – acionista e administrador delegado da Sociedade da Água de Luso (1937-1970) e que juntamento com Bissaya Barreto impulsionou e contribuiu o desenvolvimento e crescimento da empresa, nomeadamente na construção do Grande Hotel das Termas de Luso, na compra da Quinta do Cruzeiro e na construção das novas instalações industriais da Água de Luso.
Fundadores

Termas de Luso

1726 – Recebemos a notícia no “Aquilégio Medicinal” (1º. Inventário das águas minerais portuguesas), da autoria do Dr. Francisco da Fonseca Henriques, da existência de um “(...) olho de agoa quente, a que chamão o Banho ...”

Apesar do aproveitamento terapêutico do “Banho” se verificar somente meio século mais tarde, já nesta altura, o Dr. Francisco da Fonseca Henriques refere-se ao olho de água quente como sendo uma água terapêutica, com poderes medicinais.

1852 - D. Maria II, que se encontra de visita à mata do Bussaco, em 28 de Abril, doa 100$000 rs para as futuras instalações dos Banhos de Luso.

Em 25 de Agosto, por iniciativa do Dr. António Augusto da Costa Simões, Dr. Francisco António Diniz e Dr. Alexandre Assis Leão, é fundada a “Sociedade para o Melhoramento dos Banhos de Luso”.

Com o apoio da Rainha D. maria II, iniciam-se ainda nesse ano a construção das novas instalações dos Balneários Termais.

Este novo estabelecimento compreendia nove quartos de banhos com duas banheiras cada um, num total de dezoito banheiras. Estas banheiras eram forradas de azulejos e as torneiras “tanto de encher como de vazar” eram de porcelana da Vista Alegre. Vários equipamentos foram adquiridos: Duches em cobre e uma sauna que ainda hoje podem ser observados no Núcleo Museológico.

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Grande Hotel de Luso

A 27 de Julho de 1940, teve lugar um dos acontecimentos mais importantes no historial da Sociedade da Água de Luso: a inauguração do Grande Hotel das Termas de Luso.

Sendo um projeto da autoria do famoso arquitecto português deste século - Cassiano Branco - o Grande Hotel das Termas de Luso compunha-se de “(...) 7 andares, com uma capacidade de 200 quartos (sendo 80 com apartamentos), 2 ascensores, salas de leitura, de recepção e de fumo, um restaurante, um bar com grandes terraços, um barbeiro, manicuro e um pedicuro”.

No ano seguinte, a 10 de Agosto de 1941, foi inaugurada a Piscina Monumental (Olímpica) do Grande Hotel das Termas de Luso. O facto da Piscina do Grande Hotel das Termas de Luso ser Olímpica permitiu-lhe, durante a década de quarenta e a década de cinquenta, realizar torneios de natação, chamando a Luso nomes sonantes desta área, nacionais e internacionais.

No Núcleo Museológico é possível ver peças da época utilizadas no Grande Hotel das Termas de Luso enquanto património da Sociedade da Água de Luso.

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